olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

domingo, 26 de março de 2017

Domingo sem duelos

Depois de uns dias de primavera fulgurante parece que o inverno voltou, espero que apenas para se despedir...

Sem vontade de sair do abrigo caseiro e na ausência de um "adversário" para um bom duelo de domingo, o que desenhar nesta tarde chuvosa?

Juntei a vontade de desenhar, o entusiasmo de estrear um pequeno caderno e optei por andar às voltas com esta peça, uma pequena escultura, mais decorativa do que artística, mas bastante desafiadora.








E aqui está a modelo.




segunda-feira, 13 de março de 2017

Museu Nacional Ferroviário

De avião vou rápido e longe.

De carro vou à velocidade que quiser pelas estradas que escolher.

De comboio vou distraída. 
Leio, faço tricot, oiço música, escrevo, desenho, posso até dormitar, mas só ligeiramente pois receio perder a estação.

Nestes últimos anos tenho viajado muito de comboio, sobretudo na linha da beira, e foi numa dessas andanças que encontrei um folheto de divulgação do novo Museu Nacional Ferroviário.

Imaginei logo um Entroncamento de linhas, de máquinas, de história, de objectos e estruturas, tudo muito "desenhável".

Partilhei a ideia com a Rita e graças a ela conseguimos organizar este encontro de sketchers.

Claro que fomos de comboio, e não fomos as únicas.

De manhã desenhei coisas grandes como locomotivas e depósitos de água que serviam para abastecer as máquinas a vapor.









O almoço foi uma refeição completa, amavelmente oferecida pela Ordem dos Arquitectos num restaurante local, e deu-nos a oportunidade de fazer os Duelos de Domingo.

De tarde, deambulando pelas salas da exposição no edifício principal, desenhei objectos mais pequenos.









Acho que o encontro foi um sucesso.

A Rita fez uma excelente divulgação do evento e contámos com mais de 60 participantes de várias zonas do País e não só.

Muitos e fantásticos desenhos foram partilhados no blog dos Urban Sketchers Portugal. Vale a pena seguir o link.


domingo, 12 de março de 2017

Animais vivos e coloridos dentro de água

O grupo de Foto&Sketchers 2 Linhas voltou a organizar um encontro de rabiscos no Aquário Vasco da Gama. 
Foi sobretudo para nos despedirmos da Tartaruga-bobo que é uma fêmea com 20 anos e que por ter atingido a maioridade tem vindo a revelar comportamentos próprios de um animal cujo instinto apela à migração e à reprodução. 
Felizmente vai ser preparada e libertada no mar. 
Esperemos que seja uma missão bem sucedida. 




Da outra vez tirei fotografias e só me atrevi a desenhar os bichos embalsamados e outros exemplares estáticos expostos no Museu.

Um ano volvido fui para desenhar animais vivos e coloridos. 
No Aquário, claro!






Também tirei imensas fotografias mas só se aproveitam algumas. como estas, por exemplo.

Os Peixes tropicais são muito "graficogénicos".








Vale mesmo a pena visitar o Aquário Vasco da Gama, ou revisitar, até porque há uma nova exposição na entrada sobre a actividade de explorador e cientista de D. Carlos I no final do séc. XIX e princípio do séc. XX.
Foi um pioneiro. 
Muito interessante.



terça-feira, 7 de março de 2017

Cais

Para quem quer se soltar
Invento o cais
Invento mais 
     que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor
     e sei a dor de encontrar.

Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim
     o sonhador.

Para quem quer me seguir 
     eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
     e um saveiro pronto para partir
Invento o cais 
    e sei a vez de me lançar.

Milton Nascimento




Eu que eu gosto desta canção não tem explicação.

Ou até tem, e está mesmo na sua poesia linda.

É tão bom ouvir a música, a melodia, a voz, o poema cantado.

E ouvi-la anos e anos a fio e ficar de cada vez assim emocionada em tons de azul...




Milton Nascimento - Cais