olhar versus sorriso
Sempre gostei de observar o mundo à minha volta, sobretudo as pessoas, e desde que comecei a entusiasmar-me pela actividade do sketching noto claramente que tudo começa no olhar.
Olhar com olhos de ver é um requisito necessário para melhor registar no papel e guardar na memória.
Olhar com olhos de ver carece de atenção plena, e essa concentração meditativa tem um efeito terapêutico, zen.
Também é o olhar que distingue o fotógrafo.
O olhar da Gioconda, tal como o sorriso, é especial. Os seus olhos fixam os nossos mas, ao invés de transmitir qualquer tensão, parecem compassivos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Desejo e inibição

Abro o caderno, pego na caneta e, disfarçadamente, deixo o desejo vencer a inibição de desenhar pessoas sem que elas se apercebam do meu atrevimento.

Para já só pretendo desenhá-las com alguma proporcionalidade.

Não espero sequer que fiquem parecidas com o modelo. 
Basta que um ou outro traço revele alguma semelhança humana.

Como desenho a caneta, tenho de aceitar os erros e aspirar a que da próxima vez consiga melhorar.

Preciso de praticar muito, muito mesmo!









quarta-feira, 23 de novembro de 2016

MAC - Museu Arqueológico do Carmo

Fui no sábado passado, e tenciono voltar mais vezes, ao Museu Arqueológico do Carmo para assistir a uma das oficinas "Vamos desenhar com..." organizadas pela Associação Urban Sketchers Portugal.

O Museu encontra-se no espaço da antiga Igreja e Convento do Carmo, parcialmente destruídos no terramoto de 1 de Novembro de 1755 e no consequente incêndio.
Houve várias fases de reconstrução mas no século XIX, por influência do Romantismo, foi decidido não reconstruir o resto do edifício.

O fantástico efeito cénico das ruínas revela-se, afinal, uma indubitável valorização do espaço.


         


          

O tempo não foi suficiente para ver tudo.

Para além dos desenhos que fiz no âmbito da apresentação e do desafio lançado pelo Luís Frasco, partilhados no post anterior, ainda fiz mais estes.

A estátua de D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431) Condestável e mordomo-mor do reino, uma das homenagens ao fundador da Igreja do Carmo.



E ainda, um sketch da maqueta de reconstituição da Igreja e Convento do Carmo, em exposição no museu. 




terça-feira, 22 de novembro de 2016

Desenhar com... Luís Frasco

Uma visita ao Museu Arqueológico do Carmo com apresentação e desafio de desenho de um Urban Sketcher profissional, desta vez, Luís Frasco.

Foi uma tarde de sábado muito bem passada no ambiente de convívio que eu tanto gosto. 
Revi pessoas que já me são queridas e tive oportunidade de conhecer mais.

Foi casa cheia e a apresentação do Luís foi muito interessante.
No final desafiou-nos a fazer uma composição de página nos seguintes moldes: desenho de detalhe + desenho de contexto + legenda ou logotipo.

Houve quem fizesse desenhos fantásticos.

Para mim foi um desafio difícil porque não sou muito boa a planear os desenhos. Por vezes tenho visões que acabam por não caber no caderno e confesso que me dispersei porque o museu e todo o espaço é maravilhoso.



Durante a apresentação não resisti a rabiscar. 
Ando mesmo obcecada em conseguir desenhar pessoas por isso tenho de ir praticando. 
O Luís que me desculpe o embaraço mas, para a minha falta de jeito, até não está mal de todo. 
Calma! Não tem pretensões a ser um retrato.






domingo, 20 de novembro de 2016

Calçada Portuguesa e Chiado

Símbolo de identidade nacional, a Calçada Portuguesa, é a designação do revestimento artístico que utiliza tradicionalmente pedras calcários brancas e pretas, para pavimentação de passeios e praças.

Originalmente de Lisboa, aperfeiçoada artisticamente no séc. XIX, depressa foi adoptada noutras cidades, nos países lusófonos, as ex-colónias portuguesas, e até em outras cidades do mundo foram requisitados mestres calceteiros para embelezar espaços pedonais e ensinar o seu ofício e a sua arte a estrangeiros.

Os motivos ou desenhos utilizados na Calçada Portuguesa são imensos, dos abstratos aos figurativos, e produzem efeitos surpreendentes nem sempre apreendidos pelos peões que as percorrem na sua azáfama diária.

Um dos padrões que mais gosto é o do Largo do Chiado. 
Embora de uma simplicidade geométrica o efeito global, visto de cima, é fantástico.




Fotografia seleccionada a partir das Imagens do Google




No centro ergue-se a estátua de António Ribeiro, o Poeta Chiado.

Nascido em Évora cedo abandonou a ordem Franciscana, mas nunca o hábito clerical, para viver celibatário em Lisboa, nesta zona da cidade, até morrer em 1591.

Em manuscritos, algumas publicações e num livro de miscelâneas foram encontrados vários autos, um pouco ao estilo de Gil Vicente, cartas e poemas jocosos e satíricos de sua autoria.
Mas a sua popularidade ficou dever-se sobretudo à capacidade de improvisar versos e de imitar virtuosamente as vozes e os gestos de diversas personagens conhecidas, encenando retratos da vida social da época.
Tendo em conta que a estátua de bronze, da autoria de Costa Motta (tio) sobre plinto em pedra de lioz de José Alexandre Soares, ali foi colocada pela vereação municipal em 1925, talvez esta seja uma imagem da Calçada Portuguesa original deste largo lisboeta.


Fotografia seleccionada a partir das Imagens do Google



quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Marionetas altamente rabiscáveis

A expectativa era grande, mas a realidade superou-a.

Fiquei encantada com a bela e representativa colecção de bonecos, cheios de teatralidade, que encontrei no Museu da Marioneta em Lisboa.

Num encontro dos Foto&Sketchers 2 Linhas, no passado domingo, não houve tempo nem espaço para tanta vontade de rabiscar os expressivos modelos.

Desde os típicos "Robertos", marionetas de luva, que me lembro de ver actuar com as suas vozes características na praia da Ericeira quando era miúda.





Até aos sofisticados bonecos protagonistas de filmes de animação portugueses bastante actuais.




Passando pelos exemplares antigos e históricos de vários pontos do mundo.



Todos pareciam ter uma emocionante história para contar.